tag:blogger.com,1999:blog-7761875455929642242024-03-12T18:18:02.334-07:00Opensamentopoesia"Poeta: escravo do entender de si.
É de espírito, um estado, imutável. Utopia.
A poesia é viva, ele não."
Álvaro AlvesÁlvaro Alveshttp://www.blogger.com/profile/05848163100646394954noreply@blogger.comBlogger42125tag:blogger.com,1999:blog-776187545592964224.post-43332014213857407842010-04-21T21:56:00.001-07:002010-04-21T21:56:40.437-07:00<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, Arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 17px; ">A maior crise é aquela que nos faz perder a percepção, fechar os olhos para uma única verdade e, assim, nos perder na ilusão de um caminho único<i>.</i></span>Álvaro Alveshttp://www.blogger.com/profile/05848163100646394954noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-776187545592964224.post-3231007080903826702008-11-17T03:32:00.001-08:002008-11-17T04:04:46.569-08:00Flor do ópio<div align="right">.<br /><br />O amor é deveras ilícito.<br />Os corpos noturnos vestem<br />toda a tua overdose de mundo.<br /><br />O amor é deveras noturno. </div><div align="right">Naquelas cadeiras dos bares, </div><div align="right">Um usuário imundo,</div><div align="right">e o movimento dos ares...</div><div align="right"> </div><div align="right"> </div><div align="right"></div><div align="right"></div><div align="right">Este ópio que bebestes<br />- em goles fartos!<br />É a dor que sentistes<br />nos becos profundos.<br />- Cicatrizes da flor,<br />Meu novo defunto!<br /><br /></div><div align="right"></div><div align="right"></div><div align="right">.</div>Álvaro Alveshttp://www.blogger.com/profile/05848163100646394954noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-776187545592964224.post-67027354139068874992008-11-17T03:23:00.000-08:002009-08-19T13:16:37.460-07:00Vagabundo de si.Me varro os becos da insanidade<br />Ao alimentar-me, pelos cantos, de moralidade.<br />Vago em desconhecer-me, vagabundo...<br />Perambulando na embriaguez de meu<br />Na inquietude do mundo<br />Nas noites em que sou eu, naquelas que sou tudo...<br />Em todas as que findei, sujismundo!Álvaro Alveshttp://www.blogger.com/profile/05848163100646394954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-776187545592964224.post-67338729803740390662008-11-16T17:14:00.000-08:002008-11-17T04:33:34.817-08:00A poesia do renascimento<div align="right">.<br /><br />Eis que se levanta um poeta morto<br />do túmulo frio, da madeira concisa<br />da desesperança e do pensamento torto.<br /><br />Meu mundo, poeta, de poesia precisa<br />Lance-a à vida como num poema aborto,<br />De forma impetuosa e imprecisa<br />Como o fez a terra, meu morto,<br />Rasgando-lhe o ventre de poetisa.<br /><br />A quimera mínima que é a vida<br />- se transcendeu.<br />Nesta humilde poesia íntima<br />Você morto era eu.</div><div align="right"></div><div align="right">.</div>Álvaro Alveshttp://www.blogger.com/profile/05848163100646394954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-776187545592964224.post-33019119946687081752008-11-16T17:03:00.000-08:002010-01-16T21:56:32.616-08:00Nota aos leitores - os declarados e anônimos..<br /><br />Reabro este blog como quem reinicia uma leitura, reencontrando a história e os próprios personagens. É que o poeta, ora e outra, costuma fugir de seus heterônimos, que insistem não deixá-lo de alma quieta, noutras horas, são eles mesmos os que fogem do poeta.<br /><br /> <em>Álvaro Alves</em>Álvaro Alveshttp://www.blogger.com/profile/05848163100646394954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-776187545592964224.post-66833113590130962532008-08-21T11:17:00.000-07:002008-11-17T04:17:06.948-08:00Flores de outubro<div align="left">O clima se pôs a atravancar:<br />Os canteiros murcharam, e é época de eleição.<br />O tempo cálido secou o ar,<br />Os lábios ressecaram a afeição.<br /><br />Primavera seca não floreia ao sol rubro.<br />As flores que supunham alegria<br />são flores de outubro.<br /><br />Nasce janeiro, o verão as invade.<br />As flores de outubro morrem primeiro<br />nos canteiros da cidade.</div>Álvaro Alveshttp://www.blogger.com/profile/05848163100646394954noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-776187545592964224.post-81218329898080305502008-08-19T17:28:00.001-07:002010-01-18T18:38:20.816-08:00Feminina<div align="right">As mulheres são dessas loucas,<br />Emburrando o amor declarado.<br />Brigar a demora, ali... afoitas!<br />E depois, um beijo enciumado.<br /><br />As mulheres tem dessas coisas,<br />Amam-te fingindo que dormem.<br />Bela artimanha das moças.<br />Belo desejo que faz o homem.<br /><br />As mulheres... lindas, Vinícius!<br />Assim e antes, sempre, e com tal zelo,<br />Tanto trazem na pele indícios<br />Ou mesmo em face, o maior encanto.<br /><br />As mulheres são dessas loucas,<br />Emburrando o amor declarado.<br />Brigar a demora, ali... afoitas!<br />E depois... um beijo enciumado!</div>Álvaro Alveshttp://www.blogger.com/profile/05848163100646394954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-776187545592964224.post-91185634294919224832008-08-06T11:52:00.000-07:002008-09-26T15:03:37.642-07:00RegistroQueria ter no nome Bandeira!<br />Pra carregar no documento<br />Pouco do poeta e a nação inteira.<br /><br />Não qualquer uma, a do Brasil<br />E levar dentro da carteira<br />Mil vezes cento e oitenta mil.<br /><br />Queria ter no nome Bandeira!<br />Mandar a puta que pariu<br />quem me apelida de Sujeira<br />e ainda ser dito: a Mãe Gentil!<br /><br />E rir de cara feia da fome<br />que de sobrenome é Vazia.<br />Esquecer que agente nem come<br />Por esperança no outro dia.Álvaro Alveshttp://www.blogger.com/profile/05848163100646394954noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-776187545592964224.post-58437758367754153652008-07-08T10:41:00.000-07:002008-07-08T11:07:04.644-07:00Astro-regente<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdWzUj_DmVaE-xnBmYAVzzUOZYbXIpe1d8FV4F6MAgSeYIIMj-Pd-ZfIq9K-Nb2NFFSPm4nOqs0zIjrzQyx2u3N8zvr9aT-I4Iz4vX7FQRvLOt2Jl4JaltETUblXlVBlSWhqZpJ6YUxcOS/s1600-h/imagem25.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5220705088987119362" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" height="259" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdWzUj_DmVaE-xnBmYAVzzUOZYbXIpe1d8FV4F6MAgSeYIIMj-Pd-ZfIq9K-Nb2NFFSPm4nOqs0zIjrzQyx2u3N8zvr9aT-I4Iz4vX7FQRvLOt2Jl4JaltETUblXlVBlSWhqZpJ6YUxcOS/s320/imagem25.jpg" width="259" border="0" /></a><br /><div>Esta noite escreverei sobre o sol. Às vezes você esteja se perguntando o porquê, já que, imagino eu, esteja acostumado com uma noite repleta de estrelinhas. É uma boa pergunta! Pensarei em algo, em uma resposta que lhe agrade. Dê-me tempo por favor, que ela virá talvez até mesmo antes dele.<br />Pensando bem, não perderei tempo com respostas, digo que virão atreladas às linhas que se seguem. É como um contador de histórias, ele as conta e sua platéia é encantada, aplausos e assobios cortam o ar estático. E ai está! Não há debates entre o contador e a platéia, nenhum rabujento faz perguntas sobre a procedência da história.Todos simplesmente aplaudem e ficam satisfeitíssimos. As respostas vem sem perguntas e são lindas assim, sem mais nem menos.<br />Voltando ao assunto, escreverei sobre o sol esta noite. Meu Deus! Agora até eu me pergunto o porquê do tema, diacho! O contador de histórias e sua platéia vão ter de esperar um prolongado debate interno comigo mesmo. Certas verdades cabem apenas em certas ocasiões, e eles são uma destas.<br />- Escreverei sobre o sol pois quero lhes dizer que vocês o cansam! Essa história de astro-rei pra cá e pra lá tem o deixado extremamente irritado. Não vêem os noticiários? Cada dia mais quente e mais quente e mais quente! A noite é rei, o sol não passa de um príncipe regente que tem seu ofício sobrecarregado por essa conversa fiada! - quero ver depois que ele explodir após um ataque de nervos! O que sobrará? A noite!, e assim voltarei a escrever sobre ele sem vocês, seus perguntadores chatos!</div>Álvaro Alveshttp://www.blogger.com/profile/05848163100646394954noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-776187545592964224.post-10815420089256406862008-07-08T10:16:00.001-07:002009-07-06T09:25:03.400-07:00Um sentido para a bandeira.<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0S2XHYBn6Tu-V4fyNhVop1zRJXDmEfmbfgMhiy7NTghVtACsAKwHJnpf7m0fywTJg1q3nIFZfvCcto3PbUoqV1DM3Xs5K1V1-FlRmvN_Ya35kKTonKUuc97mgQdBoVdkg3uKVt-aGmQiY/s1600-h/ATgAAABZi8XdyYUurDYuP_58_fQvWsuurLk_7ITkmkmLvk1stDx7zWKtcMCluXhrtzeYwqb-4Fz_t_fxtaMnSgzs47EvAJtU9VDWQ4Kt9C3xIyHUavF66uYuRCCYug.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5220698171582871442" style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; CURSOR: hand" height="214" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0S2XHYBn6Tu-V4fyNhVop1zRJXDmEfmbfgMhiy7NTghVtACsAKwHJnpf7m0fywTJg1q3nIFZfvCcto3PbUoqV1DM3Xs5K1V1-FlRmvN_Ya35kKTonKUuc97mgQdBoVdkg3uKVt-aGmQiY/s320/ATgAAABZi8XdyYUurDYuP_58_fQvWsuurLk_7ITkmkmLvk1stDx7zWKtcMCluXhrtzeYwqb-4Fz_t_fxtaMnSgzs47EvAJtU9VDWQ4Kt9C3xIyHUavF66uYuRCCYug.jpg" width="253" border="0" /></a><br /><div>...<br /><br />Passei um tempo pensando em um sentido para a bandeira do Brasil... olhei para ela, toda a se esbaldar por cima de um prédio.O vento batia e a fazia correr, mas sem sair do lugar. Lembrei dos brasileiros: a poesia é que faz o poeta.<br />Interpretado agora por um semblante triste, veio à meu encontro a tristeza, me dividindo com a melancolia, tornei-me aconchegante para elas. Ora tristeza. Ora melancolia. Assim me passaram alguns minutos.<br />Continuei a observá-la: bonita sim, mas seja pela minha melancolia, ou seja pela dela, pareceu-me ter qualquer coisa, menos um sentido a lhe dar. Era estranho, mas era, pareceu carecer de um.<br />É linda, de fato!, contudo apenas deixava o cenário menos cinza que o de costume, não era nada ali além de uma bandeira, colorida e correndo, sem sair do lugar... Me fez pensar que pedia por atenção, sorria num sorriso tímido, talvez por saber que seu rosto é mais bonito que seus dentes, justamente por lhe faltar alguns, e os poucos que tinha aparentavam não lhe pertencer. Sorria com dentes alheios.<br />Devolvi o sorriso, uma ou duas vezes, mas ela não me viu. Pedi as pessoas que por ali passavam para que sorrisem também. Nada adiantou, não dera moral para nenhuma delas.<br />A sua fisionomia me assustou quando, novamente, a fitei. Parecia negra, talvez pela noite que já se fazia, talvez pelo petróleo queimado pelos carros que tumultuavam minha vista. Descobri, posteriormente, que a bandeira mantêm uma relação afetiva, são amantes, ela e o petróleo. Ele, a faz sentir soberana, dona de si. Ela, lhe dá todas as condições para jorrar em seu ventre os fluídos que a faz mulher. É um amor sujo, e os dois se sujam, e os dois se lambuzam, um no outro, numa arritmia cardíaca, numa dança frívola...</div>Álvaro Alveshttp://www.blogger.com/profile/05848163100646394954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-776187545592964224.post-49785364982154087442008-07-01T11:48:00.000-07:002009-08-06T09:32:30.703-07:00A árvore...<br /><br />Aquela árvore ali, tão quieta<br />Esconde alguns segredos meus.<br />O que do quarto, conta a fresta<br />Só sabem deles, ela e Deus.<br /><br />A árvore ali... que falcatrua!<br />As quatro em ponto, todo dia<br />Pega a vizinha toda nua.<br /><br />Me olha e diz: vida chata é a tua!<br />Com tamanha correria<br />Nem conhece a própria rua!<br /><br />Aquela árvore ali... tão quieta<br />Esconde alguns segredos meus.<br />O que do quarto, conta a fresta<br />Só sabem deles, ela e Deus.Álvaro Alveshttp://www.blogger.com/profile/05848163100646394954noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-776187545592964224.post-43518075983461198522008-06-30T15:42:00.000-07:002009-08-19T13:22:57.457-07:00Pé de jabuticaba<em>às minhas avós Teresa, Belica, e Landinha.</em><br /><br />Minhas velhinhas bordavam:<br />Ponto cruz e Santo guia<br />As meninas fuxicavam,<br />O menino só corria...<br /><br />Os rostos iam e passavam<br />E o relógio só dizia:<br />Os que um dia vem, um dia vão...<br />(Blim Blom!)<br />E o menino só crescia.<br /><br />A Trindade em oração.<br />E o menino só corria...<br />Rezar por Ti Sebastião<br />E pra Deus em romaria.Álvaro Alveshttp://www.blogger.com/profile/05848163100646394954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-776187545592964224.post-31426078867066342162008-06-27T11:30:00.000-07:002008-07-08T11:20:38.289-07:00A solidão<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPCPgBao0KSeUacIunOYlxyzOJPGjq9l0wfAh9ZN2YiF4VtrFIcwBykOAvCItwgsiO-kqV0TH6uwygdXTMJ_IrWFb1oir6BLbIa4u9Ol3BTw8DTFlBA7hN2rY65njH_kWhbW3bicU1MdL_/s1600-h/2012175.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5216649880725926194" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" height="320" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPCPgBao0KSeUacIunOYlxyzOJPGjq9l0wfAh9ZN2YiF4VtrFIcwBykOAvCItwgsiO-kqV0TH6uwygdXTMJ_IrWFb1oir6BLbIa4u9Ol3BTw8DTFlBA7hN2rY65njH_kWhbW3bicU1MdL_/s320/2012175.jpg" width="201" border="0" /></a><br /><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div>-Pai, quantos amigos tem a solidão?<br />Ela me pareceu tão triste e sozinha<br />Pensei que sofria do coração.<br /><br />-Pai, tem vergonha a solidão?<br />Ela se faz de tão pequenininha<br />Acho que é pra se esconder na multidão.</div>Álvaro Alveshttp://www.blogger.com/profile/05848163100646394954noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-776187545592964224.post-30452566373802389492008-06-27T11:13:00.000-07:002009-06-08T05:47:34.204-07:00Tem horas, na rua...<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigaW394HJI6SOuxe5LDqZD3mLbm_AkL8oFYnhg2fhDvpgOwAdbhOuNyKtx9jKVL9hsePzNo_JP9zjXPzfCPiKjRXCjWTBjBWPAwSI1kaycwmUqe-vcAp83UmitXCUMMea5BFZoZyK5X7Gh/s1600-h/1942095.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5216651641081826146" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigaW394HJI6SOuxe5LDqZD3mLbm_AkL8oFYnhg2fhDvpgOwAdbhOuNyKtx9jKVL9hsePzNo_JP9zjXPzfCPiKjRXCjWTBjBWPAwSI1kaycwmUqe-vcAp83UmitXCUMMea5BFZoZyK5X7Gh/s320/1942095.jpg" border="0" /></a><br /><div>Tem horas que dá medo lá fora.<br />Me dá medo o mendigo da rua<br />A criança na esquina, cheirando cola<br />A menina fria, beijando a lua.<br /><br />Tem horas em que são mais quentes as melancolias E tem vez que não suplico mais...<br />Tem horas em que a rua te troca as melodias<br />por comida fria e pratos desiguais.<br /><br />E os gratos urubús, em agradecimento:</div><div>- Óh, bendita lua,<br />Mal dita esquina,<br />... o cheiro de cola<br />... a fria menina!</div>Álvaro Alveshttp://www.blogger.com/profile/05848163100646394954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-776187545592964224.post-75222114323539193172008-06-24T13:30:00.000-07:002009-01-16T18:21:40.204-08:00Da felicidade e do passarinho<p></p><br /><p>Se a felicidade tocar teu caminho,<br />Pousa, canta, voa pela janela<br />A alegria parece passarinho<br />Procurando um alguém para ela<br /><br />Se a felicidade tocar teu caminho,<br />Bebeis do riso e dos soluços<br />Na rua aconchegue teu ninho<br />Já que mesmo lhe chamarão de pinguço...</p><br /><p>Chore, de alegria pois<br />Se chorassemos pássaros, por amor<br />Ou pedras por melancolia...<br />Deus não seria criador, seria poesia.<br /><br />E a felicidade, um passarinho... </p>Álvaro Alveshttp://www.blogger.com/profile/05848163100646394954noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-776187545592964224.post-24266996513269582842008-06-24T13:14:00.000-07:002009-01-16T18:25:01.926-08:00O amanhãO que dará o futuro<br />Do que lhe pede os desejos<br />Se o que sonha o amanhã<br />É feito de sonhos desfeitos,<br /><br />Qual gosto leva a boca<br />A elevar o rosto à face pouca<br />Das novas manhãs de desfechos,<br /><br />Que, tal como a luz e a escuridão,<br />Fogem medrosas, uma da outra,<br />Mas aos beijos e sem roupa,<br />Rodeiam sempre o lampião.Álvaro Alveshttp://www.blogger.com/profile/05848163100646394954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-776187545592964224.post-64798070074015207272008-05-29T17:17:00.000-07:002009-07-06T09:28:26.746-07:00O amor que definha...<br /><br />"As pessoas são primeiramente conquistadas, tanto uma como a outra, a partir daí uma flor cheia de espinhos nascerá no peito delas. É linda, em esplendor e formosura, mas devemos manuseá-la com cuidado, um simples arranhão destes espinhos manifestará um intenso sentimento que as transformarão de uma forma estranha, aconchegante, um calor indivisível tomará conta delas. Ele as fará pessoas desconhecidas para si mesmas, devido à forma encantadora que lhes é revelada. A seguir, terão medo do porvir, medo de se definharem pelo efeito da flor, virão as dúvidas, virão as pessoas... as más, a flor também dispertará a inveja, tudo o que é belo a dispertará aos olhos feios dos que a obcecam.Mas o que realmente terão é medo de mergulharem num jardim cheio de outras daquela, num solo que se chama amar e, de fato, a flor que tanto as encantaria, padecerá." Álvaro AlvesÁlvaro Alveshttp://www.blogger.com/profile/05848163100646394954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-776187545592964224.post-51584434217273542972008-05-27T13:00:00.000-07:002009-08-06T09:40:58.268-07:00ESTRANHOS EUS.Tenho mania de olhar<br />para trás e não me reconhecer<br />nos meus passados...<br /><br />De olhar para esses<br />e fugir assustado,<br />sem dar conversa<br />a nenhum de meus estranhos.<br /><br />Esses meus vagam sem lar.<br />Múltiplas vezes,<br />Fujo de casa<br />Fugindo de mim!Álvaro Alveshttp://www.blogger.com/profile/05848163100646394954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-776187545592964224.post-32982065888455899762008-05-27T12:59:00.001-07:002009-07-06T09:31:59.546-07:00ESPARTA-ATENIENSESou Esparta- ateniense<br />Ora Esparta, ora Atenas.<br />Sou guerreiro e sou poeta<br />Ambíguo nesses mundos.<br /><br />Confundo-me entre minhas culturas,<br />Meus gestos e conjecturas.<br />Ateniense em batalha,<br />Espartano à arte que me talha.<br /><br />Mutante, ou sem personalidade<br />Sigo nas duas cidades,<br />Estas que são pensamentos,<br />São contradições.<br /><br />Sou Esparta- ateniense<br />Sei guerrear e pensar.<br />Descobri o ódio...o poetizei.<br />Fiz-me forte e esperto,<br />Livre, ... talvez perdido.Álvaro Alveshttp://www.blogger.com/profile/05848163100646394954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-776187545592964224.post-75030581497710580802008-05-27T12:53:00.001-07:002009-08-19T13:33:25.090-07:00CIRANDAPeço a Deus por favor,<br />Dê ao povo a alegria.<br />A alegria da poesia,<br />Poesia que alegra,<br />Que é apenas poesia.<br /><br />Dê a todos<br />Um banho de sabedoria.<br />Poesia que, sem sabedoria<br />É palavra vazia.<br /><br />Dê aos governantes<br />Poesias itinerantes.<br />As que vagam amantes<br />Nos seios distantes<br />Do povo esperançoso.<br /><br />Dê as crianças<br />Poesias de ciranda.<br />Para cravarem em si<br />Lembranças da infância<br />Infância da criança<br />Que jaz em ti!Álvaro Alveshttp://www.blogger.com/profile/05848163100646394954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-776187545592964224.post-15324507338294924052008-05-27T12:49:00.000-07:002008-05-27T12:51:44.905-07:00DIA EU, DIA ROSASenti-me como sentem as rosas<br />- Invejo a formosura e pureza<br />Que me envolvia o Éden.<br /><br />No jardim divino cresciam belos os roseirais<br />Minto! Nunca vi teus campos matinais.<br />Sou rosa invejosa!<br /><br />Criei defesas e espinhos,<br />Afastei-me de meus mentais redemoinhos,<br />Das dores minhas amorosas.<br />Senti-me como sentem as rosas.Álvaro Alveshttp://www.blogger.com/profile/05848163100646394954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-776187545592964224.post-33664713656699721512008-05-27T12:45:00.000-07:002009-08-11T09:32:09.693-07:00MINHA POESIA, QUADRADAMinha poesia quadrada,<br />Crescendo preguiçosa<br />Esqueceu dos redondilhos<br />Alimentando-se de prosa...<br /><br />Minha poesia quadrada,<br />Sem eira nem beira<br />Quicando verso em verso<br />rua abaixo nas escadas,<br /><br />Minha poesia calada,<br />Tímida, e medrosa.<br />Não há fôrma que a mude,<br />Não há pão que a assemelhe,<br /><br />Minha poesia levada,<br />Pré-adolescente, e curiosa<br />Procurando entre as saias<br />As entranhas das palavras!Álvaro Alveshttp://www.blogger.com/profile/05848163100646394954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-776187545592964224.post-37268684980918023172008-05-27T12:39:00.000-07:002008-05-27T12:42:52.879-07:00VERBO INTRANSITIVOVivo estático.<br />Em meus pensamentos<br />eu os observo correr<br />Correr, correr, correr...<br /><br />Eles passam<br />E nem sequer há comprimentos.<br />Só à noite estou em mim<br />E eles lá fora correndo,<br />Correndo, correndo, correndo...<br /><br />Vivo em conflito árduo<br />Entre os seres pensativos<br />De meu ser, meu verbo intransitivo!<br />Me dilaceram,<br />Tempestuosamente.<br />Repetidamente..<br /><br />Passam,<br />Os pensamentos passam,<br />E o tempo passa também.<br />A imaturidade se desfaz<br />Desfaz-se a maturidade também.Álvaro Alveshttp://www.blogger.com/profile/05848163100646394954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-776187545592964224.post-36352986992173298062008-05-27T12:37:00.000-07:002008-05-27T12:38:56.470-07:00ROUXINOLSob o fulgor do sol<br />Faz belo o canto de alegria,<br />Na mente nostalgia.<br />O cântico do Rouxinol.<br /><br />Que dos bosques é anfitrião<br />Dos meus ouvidos um alento.<br />O cântico do Rouxinol<br />Foi se indo em desalento<br />Nos caminhos da imensidão...<br /><br />Suas poesias já passaram.<br />Como as minhas passarão.<br />És me vago o teu canto,<br />Mas belo o teu pranto<br />No canto de pássaro bom.Álvaro Alveshttp://www.blogger.com/profile/05848163100646394954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-776187545592964224.post-1094098853440628272008-05-27T12:35:00.002-07:002008-05-27T12:37:12.608-07:00REFLEXÃO DE FIM DE VIDA (UM VELHO CAFEICULTOR)Devo minha riqueza<br />A Deus e aos homens.<br />Cultivo meu café,<br />Cultivando grandeza.<br /><br />Saqueei-me os princípios<br />Esqueci dos particípios.<br />De servil nada tinha meu ofício<br />A inutilidade cobria-me de suplício.<br /><br />Admirei o bom fútil<br />Acariciei-os com mãos trêmulas<br />Obcequei-me com o vil.<br />... mas vendi meu café!<br />De tal modo perdi minha fé.<br /><br />Dos grãos, na mesa meu pão<br />Dei vida a minha cafeicultura.<br />Do povo, no luxo vão,<br />Transbordei-me de fortuna!Álvaro Alveshttp://www.blogger.com/profile/05848163100646394954noreply@blogger.com0